quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Escolas Literárias Brasileiras – Simbolismo


simbolismo

Para dar continuação aos estudos sobre Linguagens e Códigos apresentamos mais uma escola literária. Dessa vez veremos a última escola que se apresentou no fim do século XIX, o Simbolismo, que foi um movimento literário surgido na França, na mesma época que nascia a pintura impressionista, como reação à poesia do parnasianismo e a poesia naturalista.

Os poemas simbolistas distinguiam-se por apresentar uma visão de mundo subjetiva, simbólica e espiritual, pela atitude reflexiva e afetiva, pela valorização da musicalidade verbal, da sutileza estética e da sugestão. Entre as características do simbolismo estão o uso de figuras de linguagem (metáfora, sinestesia e personificação) e a religiosidade (consequência da vocação para a espiritualidade).

Como vimos nos artigos anteriores, os movimentos artísticos fazem rupturas e retomadas, rompendo com determinados modelos da estética anterior e retomando marcas formais e temáticas de outras escolas anteriores. Os poetas parnasianos orientavam-se por objetividade, cientificismo e racionalismo em oposição aos subjetivos e inspirados poetas românticos. Já os poetas simbolistas aliaram a paixão pela estética e a preocupação formal dos parnasianos à subjetividade e a busca pela totalidade dos românticos.
Os simbolistas buscavam a realidade transcendental revelando seu desconforto em relação ao mundo exterior, marcado pelo materialismo, pelo Positivismo, pela ciência. Para os simbolistas, a beleza estava na sugestão, no mistério, no absoluto etéreo, na força do inconsciente. O eu lírico do simbolismo busca instituir a realidade do sonho, a fantasia e o misticismo por meio da investigação dos sentidos e da maximização das sensações.
Os poetas simbolistas brasileiros mais conhecidos foram Alphonsus de Guimarães, Cruz e Souza, Pedro Kilkerry e Mário Pederneiras. Abaixo, um trecho do poema “Violões que choram”, de Cruz e Souza, com aliteração (figura de linguagem – repetição de consoantes iguais ou de sonoridades semelhantes):
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpia dos violões, veladas vozes,
Vagam nos velhos vórtices velozes,
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

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