Para dar continuação aos
estudos sobre Linguagens e Códigos apresentamos mais uma escola
literária. Dessa vez veremos a última escola que se apresentou no fim do
século XIX, o Simbolismo, que foi um movimento literário surgido na França, na mesma época que nascia a pintura impressionista, como reação à poesia do parnasianismo e a poesia naturalista.
Os
poemas simbolistas distinguiam-se por apresentar uma visão de mundo
subjetiva, simbólica e espiritual, pela atitude reflexiva e afetiva,
pela valorização da musicalidade verbal, da sutileza estética e da
sugestão. Entre as características do simbolismo estão o uso de figuras de linguagem (metáfora, sinestesia e personificação) e a religiosidade (consequência da vocação para a espiritualidade).
Como
vimos nos artigos anteriores, os movimentos artísticos fazem rupturas e
retomadas, rompendo com determinados modelos da estética anterior e
retomando marcas formais e temáticas de outras escolas anteriores. Os
poetas parnasianos orientavam-se por objetividade, cientificismo e
racionalismo em oposição aos subjetivos e inspirados poetas românticos.
Já os poetas simbolistas aliaram a paixão pela estética e a preocupação
formal dos parnasianos à subjetividade e a busca pela totalidade dos
românticos.
Os simbolistas
buscavam a realidade transcendental revelando seu desconforto em relação
ao mundo exterior, marcado pelo materialismo, pelo Positivismo, pela
ciência. Para os simbolistas, a beleza estava na sugestão, no mistério,
no absoluto etéreo, na força do inconsciente. O eu lírico do simbolismo
busca instituir a realidade do sonho, a fantasia e o misticismo por meio
da investigação dos sentidos e da maximização das sensações.
Os poetas simbolistas brasileiros mais conhecidos foram Alphonsus de Guimarães, Cruz e Souza, Pedro Kilkerry e Mário Pederneiras.
Abaixo, um trecho do poema “Violões que choram”, de Cruz e Souza, com
aliteração (figura de linguagem – repetição de consoantes iguais ou de
sonoridades semelhantes):
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpia dos violões, veladas vozes,
Vagam nos velhos vórtices velozes,
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
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