quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Redação X Cursos de Exatas e Biológicas

Alunos de todas as regiões do Brasil se perguntam e questionam seus professores sobre os conteúdos de cada disciplina escolar passados em sala de aula e cobrados pelo Enem e pelos vestibulares. Eu mesma, durante toda a minha trajetória escolar, como sempre gostei mais e me saía melhor nas matérias humanas, questionava meus professores de matemática, química e física do porquê estudar aquilo se eu nunca iria usar, já que pensava em cursar Direito, mas no fim cursei Letras.
Tirando a minha impertinência juvenil, muito se tem discutido acerca do currículo da educação básica no Brasil e, portanto, do que deve e/ou pode ser ensinado nas escolas brasileiras e, assim, ser cobrado em exames para o ingresso na universidade. Este debate sempre esteve presente entre educadores, mas tomou maiores proporções com o lançamento, em 2014, do Plano Nacional da Educação (PNE) que foi aprovado por meio da Lei 13.005 assinada pela Presidente da República Dilma Rousseff.
O PNE terá uma vigência de 10 anos e lista uma série de metas para a educação brasileira que devem ser atingidas no fim deste prazo. Dentre universalizar, até o fim de 2016, a Educação Infantil, o Ensino Fundamental de nove anos e o Ensino Médio, alfabetizar todas as crianças até o 3º ano do Ensino Fundamental e oferecer ensino integral em, pelo menos, 50% das escolas públicas do país, está a meta da base curricular comum com direitos e objetivos de aprendizagem para cada aluno do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
Obviamente que cada professor irá incentivar o ensino e o aprendizado de conteúdos de suas disciplinas, o que não é diferente nesta coluna de redação, já que vários alunos que prestam cursos nas áreas das exatas e das biológicas, por exemplo, questionam a obrigatoriedade da prova de redação e de Língua Portuguesa.


correção redação


Todos nós, independente do curso que faremos na graduação e do emprego que teremos ou que já temos, podemos e devemos nos expressar adequadamente por meio da nossa língua materna, tanto na modalidade oral quanto na modalidade escrita. Infelizmente, por ser uma seleção massacrante, os grandes vestibulares precisam avaliar todos os candidatos em uma mesma prova (exceto alguns menores que realizam provas específicas para candidatos a Medicina, por exemplo, com conteúdos mais próximos ao curso como química e biologia e provas de redação com temas específicos) e aí está a necessidade de se realizar provas de produção textual com um único tema para todos os candidatos.
Mesmo em vestibulares especiais há propostas de redação, isto é, os candidatos devem ser avaliados, classificados e selecionados por meio de uma prova de leitura e escrita: leitura do tema e da proposta de redação como um todo e escrita de um determinado tipo textual ou gênero, no caso do vestibular da Unicamp, por exemplo, que exige a produção de dois gêneros.
A língua e a linguagem são de todos para todos e fazem parte do dia a dia de todos os cidadãos, independentemente se trata-se de um químico ou de um historiador: todos, em algum momento do dia, precisam escrever algo, desde uma mensagem eletrônica até um relatório.
Dados de alguns grandes vestibulares, como a Fuvest e o da Unicamp, mostram que os candidatos com maiores notas em redação são aqueles que disputam vagas nos cursos mais concorridos, como Medicina e Engenharias, ou seja, são aqueles que são das exatas e das biológicas, mas que sabem que devem se preparar o melhor possível. Assim, devemos dar valor à nossa língua e à linguagem e perceber os benefícios de saber ler e escrever bem, de modo adequado a cada situação comunicativa.

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