Alunos de todas as regiões do
Brasil se perguntam e questionam seus professores sobre os conteúdos de
cada disciplina escolar passados em sala de aula e cobrados pelo Enem e
pelos vestibulares. Eu mesma, durante toda a minha trajetória escolar,
como sempre gostei mais e me saía melhor nas matérias humanas,
questionava meus professores de matemática, química e física do porquê
estudar aquilo se eu nunca iria usar, já que pensava em cursar Direito,
mas no fim cursei Letras.
Tirando
a minha impertinência juvenil, muito se tem discutido acerca do
currículo da educação básica no Brasil e, portanto, do que deve e/ou
pode ser ensinado nas escolas brasileiras e, assim, ser cobrado em
exames para o ingresso na universidade. Este debate sempre esteve
presente entre educadores, mas tomou maiores proporções com o
lançamento, em 2014, do Plano Nacional da Educação (PNE) que foi
aprovado por meio da Lei 13.005 assinada pela Presidente da República
Dilma Rousseff.
O PNE terá
uma vigência de 10 anos e lista uma série de metas para a educação
brasileira que devem ser atingidas no fim deste prazo. Dentre
universalizar, até o fim de 2016, a Educação Infantil, o Ensino
Fundamental de nove anos e o Ensino Médio, alfabetizar todas as crianças
até o 3º ano do Ensino Fundamental e oferecer ensino integral em, pelo
menos, 50% das escolas públicas do país, está a meta da base curricular
comum com direitos e objetivos de aprendizagem para cada aluno do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio.
Obviamente
que cada professor irá incentivar o ensino e o aprendizado de conteúdos
de suas disciplinas, o que não é diferente nesta coluna de redação, já
que vários alunos que prestam cursos nas áreas das exatas e das
biológicas, por exemplo, questionam a obrigatoriedade da prova de
redação e de Língua Portuguesa.
Todos nós, independente do
curso que faremos na graduação e do emprego que teremos ou que já temos,
podemos e devemos nos expressar adequadamente por meio da nossa língua
materna, tanto na modalidade oral quanto na modalidade escrita.
Infelizmente, por ser uma seleção massacrante, os grandes vestibulares
precisam avaliar todos os candidatos em uma mesma prova (exceto alguns
menores que realizam provas específicas para candidatos a Medicina, por
exemplo, com conteúdos mais próximos ao curso como química e biologia e
provas de redação com temas específicos) e aí está a necessidade de se
realizar provas de produção textual com um único tema para todos os
candidatos.
Mesmo em
vestibulares especiais há propostas de redação, isto é, os candidatos
devem ser avaliados, classificados e selecionados por meio de uma prova
de leitura e escrita: leitura do tema e da proposta de redação como um
todo e escrita de um determinado tipo textual ou gênero, no caso do vestibular da Unicamp, por exemplo, que exige a produção de dois gêneros.
A
língua e a linguagem são de todos para todos e fazem parte do dia a dia
de todos os cidadãos, independentemente se trata-se de um químico ou de
um historiador: todos, em algum momento do dia, precisam escrever algo,
desde uma mensagem eletrônica até um relatório.
Dados
de alguns grandes vestibulares, como a Fuvest e o da Unicamp, mostram
que os candidatos com maiores notas em redação são aqueles que disputam
vagas nos cursos mais concorridos, como Medicina e Engenharias, ou seja,
são aqueles que são das exatas e das biológicas, mas que sabem que
devem se preparar o melhor possível. Assim, devemos dar valor à nossa
língua e à linguagem e perceber os benefícios de saber ler e escrever
bem, de modo adequado a cada situação comunicativa.
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